sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Menino, mulher, menina, quais são os teus mistérios?

A primeira coisa que procuro ao chegar é pelos seus olhos... Pois foi esta a primeira das muitas portas de sua casa que abri, a qual imediatamente levou-me para um outro lugar, desconhecido, misterioso e encantador.
Maldito esse seu trabalho, onde você precisa ser simpática com Deus e o mundo inteiro para que todos fiquem cada vez mais com vontade de ir até o balcão do seu bar, lhe entregando a comanda e “pedindo mais uma”, com os olhos voltados para você inteira, desejando intimamente que você viesse como cortesia da casa.
Malditos olhos castanhos, que sempre me tiram o rumo.
Tudo em você é charme, mistério, encanto, o modo que você coloca os lábios quando sorri, a forma como ajeita a franja tentando enganar quem esta ao seu lado e lançando o olhar pra quem bem tenha vontade.
O jeito de menina do interior, fingindo não estar deslumbrada com a cidade grande, a forma como você parece não ter medo de nada nem ninguém, olha a todos como se dissesse: não vem pra cima de mim, senão eu te atropelo, mostra-se petulante, parece cheia de certezas, não passa de uma menina.
Malditos sentidos esses meus que sempre enxergam tão alem, tua fantasia de menino não pode esconder de mim essa linda mulher que se esconde dentro desse coração, ao contrario só fizeram aumentar as minhas fantasias, o desejo de te desejar sem pudor, sem medo, sem segredo.
Gritei por você sem ao menos saber teu nome, teu endereço, teu estado de espírito, tuas crenças, divindades, defeitos, qualidades, sem saber se eras solteira, casada, enrolada, galinha, eu só quis te querer desde o primeiro instante em que avistei teus olhos castanhos que parecem guardar todas as tardes de por do sol.
A minha real vontade era expulsar todos daquele lugar, trancar as portas, desnuda-la e fazer amor contigo, talvez de forma jamais consentida por ti, fazer-te mulher, despindo de ti esta alma de menino, esse jeito de moleque que a vida te impôs, tornar-te minha, sem jamais deixar você voltar para outro lugar ou alguém.
Meus sonhos te acompanharam pelas noites onde restava-me a incerteza de que você pertencia a outro alguém.
Tudo era de um mistério grandioso e lindo, até a realidade chegar, deixando claro em mim por mais uma vez que nada daquilo que desejo de fato me vem de forma fácil, tranqüila. Nunca foi assim, não seria diferente com você, descobri teu nome, teu estado civil, tua vida quase que por completo, e assim restou-me mais uma vez escrever, desenhando meus desejos nestas palavras, sufocando minha vontade não em tuas curvas, mas nessas vírgulas que não pausam nada alem de frases, não pausam minha vontade de te ver, de te conquistar, mesmo sabendo que o caminho não será fácil, duvidando que valha a pena arriscar muito mais por um encantamento como estes.
Sempre “paguei pra ver”, mas neste caso, sinceramente, acho que vou preferir mesmo ficar apenas com este texto, que dedico a você, ao meu menino, mulher, menina, guardando a vontade de minhas mãos em desvendar todos esses segredos e mistérios escondidos atrás desta tua fantasia.
D.S.L

Por Elaine de Jesus

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