quinta-feira, 2 de setembro de 2010

"O Movimento"

Comentei com uma amiga á qual muito tenho respeito e consideração que estava fazendo parte do GEL, prontamente ela me perguntou o que era, e então me pareceu surpresa quando lhe disse que se tratava do Grupo de Encontros Lésbicos aqui de Juiz de Fora, deixando clara sua posição quanto a qualquer tipo de “movimento”, disse-me frases como: isso serve para “pessoas que querem aparecer”, eleitoreiros querendo  “angariar votos”, e a ainda gente que não se sentem parte de coisa alguma e por isso resolve fazer parte de qualquer coisa, muito bla, bla, bla, muito oba, oba; resumindo ela me disse para sair fora, pois sacudir bandeira não leva a lugar algum.
Concordo com ela em tudo, pois foram muitas as vezes que vi grupos assim começarem e não vingarem após o começo. Muitas idéias, muita gente bonita, muita garra, muita esperança, muitas palavras, e palavras, e mais palavras, e por serem tantas as palavras elas morreram em um papel triste e amarelado pelo tempo, pois palavras que não são vividas morrem com todos os sonhos que elas representam.
Mesmo um tanto cabreira e porque não dizer desmotivada por tão grandes palavras generalistas de minha amiga, fui ao primeiro encontro desse grupo, e como quem comemora um gol do time de seu pais em copa do mundo, deixei a reunião acreditando em palavras de mudança, esperança, direitos, deveres, força, respeito, dignidade, diversidade e cidadania.
Mudança, vem de movimento, não mudaremos o mundo, mas percebi que o principal objetivo desse grupo é angariar pessoas para que elas não se percam por darem ouvidos a uma sociedade que teima em nos dizer que somos diferentes. Não, definitivamente não somos nada diferentes, trabalhamos, estudamos, ficamos tristes, felizes, somos traídos por quem amamos, somos pessoas em nada especiais por amar alguém do mesmo sexo, não queremos ser diferentes, não precisávamos ter que nos reunir para discutir coisas tão obvias, mas não temos mais escolhas para podermos ser libertamente felizes.
Esperança de que iremos conseguir.
Direitos, de qualquer cidadão comum, que paga impostos e conseqüentemente contribui para a mesma sociedade que não se assume preconceituosa por querer parecer menos feia, enquanto nós nus assumimos por nos reconhecermos como pessoas bonitas.
Dever, de lutar, de se fazer respeitar, tendo como principio o respeito a si próprio.
Força, para gritar mais alto do que o pensamento daqueles que não acreditam, e que com falta de razão se vêem no direito de desmotivar a quem tem fé.
Respeito, e nem mais uma palavra.
Dignidade, o mesmo que dizer: não se sinta menos, não abaixe a cabeça. Siga, mesmo que o caminho que se acredita ser o melhor e o mais feliz, seja também o mais difícil.
Diversidade, não seremos somente o GEL, pois somos semente, filhas de algo bem maior o qual muito nos orgulhamos, somos crias do MGM, e queremos voz também para todas as outras letras da sigla a qual fazemos parte, e que aguardam por vozes que as queiram defender.
Cidadania, não combina com homofobia, não rima com violência, não caminha com falta de respeito, cidadania nos remete unicamente a acreditar que podemos sim agregar voz ao grito da humanidade por paz, amor, e fundamentalmente respeito ao outro, seja esse outro quem for.
Esse é o movimento, portanto lhes apresento com orgulho o nosso MGM/GEL.
Sejam todos bem vindos.
D.S.L

por Elaine de Jesus 


Um comentário:

  1. o orgulho de ser o que sou é o que me faz acreditar que podemos escolher,viver o que nos deixa feliz,amar o que nos faz sentir prazer,vontade de viver,tesão,desejo,e ser amado,somos o que somos śo isso!!!!!parabens pelo texto!

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